Recife
–
Pré-candidato a governador, o senador Armando Monteiro (PTB) tem certeza de que
o fundamental no debate eleitoral no Estado, em 14, é discutir os desafios do
desenvolvimento de Pernambuco nos próximos anos. “Precisamos olhar para o
futuro do nosso Estado, ter um debate sobre os problemas, os desafios e as
potencialidades”, afirmou Armando, durante entrevista ao programa de Geraldo Freire,
na Rádio Jornal, no Recife, nesta segunda-feira (24).
O senador falou também
sobre a formação do palanque de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff
em Pernambuco, sobre o processo de escolha do candidato adversário e o precário
debate entre a necessidade de um perfil técnico ou político. “O fundamental
nesse processo é que se possa aliar experiência, capacidade de articulação e um
sentido de direção. Outra questão também muito importante é a capacidade de
caminhar com as próprias pernas, ter um sentido de independência, que é tão
importante e algo tão caro a Pernambuco”, acrescentou.
Veja abaixo os principais
trechos da entrevista:
A
construção da aliança ao governo
Armando
Monteiro – “Eu estou construindo no nosso campo aquelas
alianças, evidentemente que o parceiro preferencial é o PT, e isso caminha
muito bem pelo calendário que foi estabelecido aqui pela direção nacional e
regional do PTB. Portanto, nós aguardamos com muita tranquilidade que esse
processo se conclua agora em março, e tenho recebido manifestações já muito
positivas de lideranças do partido em Pernambuco. Tenho mantido contato também
com outras legendas, com outros partidos, para que a gente possa concluir esses
entendimentos e oferecer um expressivo leque de alianças para fortalecer esse
projeto”.
Um
palanque forte para a reeleição da presidente Dilma
Armando
Monteiro – “Tenho a impressão que nós vamos ter aí
surpresas nesse processo. Quero lembrar que as convenções só ocorrem em junho,
ou seja, as alianças só são formalizadas em junho. Portanto, há muito ainda o
que acontecer pela frente. Portanto, continuamos ainda muito tranquilos dentro
desse calendário que foi estabelecido, conversando com todas as legendas,
preferencialmente as legendas do nosso campo. Quando eu digo as do nosso campo
são aquelas que estão alinhadas ao campo nacional com a candidatura da
presidente Dilma. Portanto, vamos aí concluir esse processo, de modo a que
tenhamos um amplo leque de alianças e uma chapa forte porque o nosso compromisso aqui, fundamentalmente, é fazer esse
palanque da reeleição da presidente Dilma”.
Experiência
política x perfil técnico
Armando
Monteiro – “Eu acho esse debate precário. Acho que você
tem aí um debate sobre Pernambuco, sobre os problemas, os desafios, as
potencialidades, olhando para o futuro de Pernambuco. Evidentemente que aquele
candidato que tem experiência politica, que já tem uma visão do processo
politico e que ao mesmo tempo valoriza o processo técnico, porque hoje as
escolhas, as decisões políticas têm que ser informadas tecnicamente, portanto,
o fundamental nesse processo é que se possa aliar experiência, capacidade de
articulação e um sentido de direção. Porque o político é aquele que sabe, em
determinadas circunstâncias, definir prioridades e aliar a essa experiência
sensibilidade. E acho ainda que há uma questão também muito importante, que é a
capacidade de caminhar com as próprias pernas, ter um sentido de independência
que é tão importante e algo tão caro a Pernambuco”.
O
sr. diz então que o outro candidato é um poste?
Armando
Monteiro – “Não, eu não digo isso. Eu tenho respeito
pelas pessoas e esse processo que culminou com a indicação é um processo que
foi acompanhado por vocês, que, em última instância, indicou que não havia uma
candidatura natural nesse campo. Tanto que se assistiu a um processo curioso em
que havia exposição de nomes, frituras, vetos. Mas isso não importa! O que
importa é que ao final essa escolha foi definida e, a partir de agora,
definidas as pré-candidaturas e confirmadas nas convenções, esse crivo muda.
Não é mais um grupo fechado, não é mais um processo que se dá dentro de um
grupo. Aí, sim, nós temos que ter um crivo da opinião pública, porque é ela que
vai efetivamente fazer um julgamento da habilitação do candidato. Portanto, aí,
esse outro campo, é um campo essencialmente democrático. E aí só o debate, o
contraditório, a discussão das questões de Pernambuco é que ao final vão orientar
esse processo. Eu quero dizer é que você nomeia secretário, mas ninguém nomeia
governador. Governador quem elege é o povo”.
Sobre
a política econômica
Armando
Monteiro – “O importante é que a presidente Dilma tem
dado sinais da disposição de conter as pressões inflacionárias. Tem fatores
climáticos, tem fatores sazonais, mas o fato é o seguinte: ela não tem medido
esforços para combater. Veja que a taxa de juros vem sendo elevada praticamente
há seis meses, exatamente para conter as pressões inflacionárias. Mesmo não
sendo simpático aumentar os juros, ela tem feito isso, é um remédio duro, mas
que precisa ser utilizado. Porque o pior dos cenários é o que você indicou, é o
povo sentir que vai perdendo o poder de compra porque os bens ficam mais caros
e evidentemente a renda real do trabalhador diminui. Por outro lado, o governo
anunciou agora um programa de redução de gastos, de despesas, corte no
orçamento. Então, acho que o efeito combinado desses cortes, da política
fiscal, com esse aperto que foi dado na política monetária, tudo isso vai
garantir que tenhamos um quadro de inflação absolutamente controlado. E que a
inflação possa ceder mais e mais. Portanto, esse é o compromisso fundamental da
presidente Dilma. Porque, ao longo de todo governo dela, os trabalhadores
tiveram ganhos reais, ou seja, os ganhos ficaram acima da inflação. Portanto,
ela não irá permitir que a inflação termine por confiscar ou diminuir a renda
do trabalhador. Esse é um compromisso fundamental”.
Crédito da foto: Alexandre Albuquerque/divulgação
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