O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira, 15,
durante um discurso na Argentina que “os donos de jornais e canais de
TV (no Brasil) ganharam muito dinheiro em meu governo. Mas nunca me
deram trégua. Nunca deram uma manchete positiva em meu governo. Não me
lembro de momento algum em que falaram ”Lula é bom””. Lula fez estas
declarações durante o discurso originalmente previsto para dissertar
sobre Responsabilidade Social Empresarial (SER) no Primeiro Congresso
Internacional de RSE da Argentina, no Hotel Holiday Inn de Ciudad Evita,
distrito de La Matanza, na Grande Buenos Aires.
O auditório estava lotado de ministros
do governo da presidente Cristina Kirchner, deputados, prefeitos,
vereadores e acadêmicos. No discurso, o ex-presidente relatou que um dia
disse à mulher, Marisa, que “se ficarmos lendo jornais e revista, vamos
ter azia. Simplesmente parei de ler”. Os ministros de Cristina, entre
eles Julio De Vido, o homem forte de Cristina na área econômica,
aplaudiram.
Mas Lula também destacou, como se ainda
fosse presidente, que, “se alguém acha que um dia vou mexer um dedo para
prejudicar a imprensa, esse dedo já caiu”.
O ex-presidente também avaliou as
críticas que recebe: “muitas vezes aquele que fala mal da gente é mais
honesto do que aqueles puxa-sacos das autoridades”.
Segundo Lula, “somente uma democracia
permite que um negro seja eleito presidente dos Estados Unidos e que um
índio governe a Bolívia e um homem como (José) Mujica que ficou seis
anos em uma solitária (durante a ditadura militar) seja eleito
presidente do Uruguai”.
Argentina
Ao longo do discurso Lula afirmou várias
vezes que “ama” a Argentina. Lula destacou a necessidade de aprofundar a
integração bilateral e recorreu ao exemplo futebolístico: “no Brasil só
temos divergências com a Argentina no futebol”. Na sequencia disse que
não poderia ocorrer um remake do “Maracanaço” de 1950, quando o Brasil
perdeu para o Uruguai no Rio de Janeiro. “Espero que a Argentina não vá à
Copa do Brasil…e espero que o Brasil ganhe”, disse em tom brincalhão.
Lula destacou que não falava inglês nem
espanhol e que não conseguiu uma graduação em um universidade. No
entanto, ressaltou que “duvidava” que na História do Brasil houve um
presidente “que conversou tanto com empresários, negros, índios e
sindicalistas como eu conversei”.
Da Agência Estado
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