A
Aldeia de Cimbres, dos índios Xucurus, em Pesqueira (215 km de Recife),
recebeu o TCEndo Cidadania para a ação Escola de Cidadania. O evento
foi realizado na Escola Indígena Monsenhor Olimpio Torres no último dia 6
de junho.
A
equipe da Escola de Contas Públicas apresentou palestras sobre os
direitos e deveres dos cidadãos, além das funções exercidas pelo
Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).
“É
importante a participação dos povos indígenas no Programa TCEndo
Cidadania para termos conhecimento e nos mantermos informados diante da
sociedade”, opinou a professora de Geografia, Jucenilda Simplício
Freire.
Para
os índios, os temas abordados mais interessantes foram: “Constituição:
direitos e deveres do cidadão”, “origem dos recursos públicos” e
“participação popular”.
“A
importância da participação dos povos indígenas no referido programa é
que independentemente da raça e/ou cor, todos nós pagamos impostos”,
disse o coordenador da Escola Olimpio Torres, José Adjaílson Vieira.
Se
para os adultos as palestras foram interessantes, não poderia ser
diferente para os jovens, o foco da ação Escola de Cidadania.
“A
equipe mostrou a importância de se saber o que está sendo feito com o
nosso dinheiro. Foi importante também saber que cumprir os nossos
deveres é o primeiro passo para melhorar a vida em sociedade”, afirmou o
aluno do 3º ano do ensino médio, Daniel Ferreira Leite.
Também
do 3º ano, a estudante Kellen da Silva garantiu que vai procurar saber
melhor para onde vai o dinheiro de seu município, após o alerta da
Escola de Contas Públicas.
“O
debate foi muito interessante, pois nos mostrou algo que nunca dei
conta de tão importante que é para todos nós: o dinheiro público. Pois é
através dele que tiramos os recursos necessários para o nosso bem
viver: saúde, educação e outras coisas mais”, relatou a aluna.
UM POUCO DA HISTÓRIA DOS XUCURUS
Após a promulgação da Constituição de 1988,
que reconheceu aos índios o direito ao usufruto da terra
tradicionalmente ocupada por estes povos, os Xucurus reorganizaram-se em
torno da reconquista da terra. Liderados pelo Cacique Chicão e apoiados
por outros povos indígenas do Nordeste e organismos como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão da CNBB, passaram a reocupar áreas de fazendas em terras de ocupação tradicional indígena.
De 1989 a 1998, Francisco de Assis Araújo, também conhecido por "Chicão" foi cacique geral da tribo Xukuru. Durante esse período lutou, junto com sua tribo, contra a ocupação de suas terras por posseiros e grandes latifundiários da região de Pesqueira.
No dia 20 de maio de 1998, o cacique Chicão foi assassinado a tiros em frente a residência de sua irmã na cidade de Pesqueira, por um homem não identificado, porém provavelmente mandado por fazendeiros descontentes com a luta para a demarcação de terras para os Xukurus.
Hoje
o cacique Chicão é considerado herói para o povo Xucuru. Na festa anual
de Nossa Senhora das Montanhas (Mãe Tamain), os índios carregam o andor
dentro da igreja gritanto: "Viva Tamain, Pai Tupã e o Cacique Chicão".
A terra indígena foi homologada em 30/04/2001.
http://escola.tce.pe.gov.br
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