Anfitrião da festa de final de ano do PTB de Pernambuco, que reuniu mais de duas mil pessoas na noite desta segunda-feira (9), no Cabanga, no Recife, o senador Armando Monteiro fez um discurso emocionado sobre as conquistas do partido em 2013 e os desafios para 2014.
Ao lado da bancada federal
e estadual do PTB e de representantes de diversas legendas aliadas, o líder
trabalhista fez uma saudação especial ao deputado federal Pedro Eugênio (PT) e
à deputada estadual Teresa Leitão, que assume nesta terça-feira (10) a
presidência estadual do PT em Pernambuco. Armando apontou como primordial a
reunificação do PT no Estado, principalmente na perspectiva da reeleição da
presidente Dilma. “O PT é importante para esta construção que se fará em
Pernambuco”, reforçou.
Ele ainda lembrou dos
importantes investimentos realizados em Pernambuco pelos governos Lula e Dilma
e disse que, para ter um desenvolvimento equilibrado, o Estado tem a obrigação
de manter uma estreita parceria com o Governo Federal.
Por fim, Armando disse que
o PTB quer discutir, ao lado dos outros partidos e da sociedade, um projeto
para Pernambuco. “Porque se é verdade que Pernambuco avançou nos últimos anos,
é verdade também que os pernambucanos ficaram mais exigentes em relação ao seu futuro”,
afirmou.
A comitiva de Belo Jardim foi representada pelo Vice Prefeito Cristiano Cabeludo (PSC), o Ex prefeito Cecílio Galvão (PTB), Dr. Maneco (PTB) O Presidente do Legislativo Nen Cabeludo (PSC) e O Vereador Tenente (PTB).
Dr Washington Cadete (PTB) São Bento do Una e Demais lideranças do Agreste marcaram presença na Festa de Confraternização do PTB PE para abraçar o Senador Armando Monteiro.
Veja
abaixo trechos do discurso:
Agradecimento pelas
presenças
Armando
Monteiro – “Eu quero que o primeiro registro seja o da minha
emoção, de poder reunir nesta noite, tantas e tão expressivas figuras da vida
política de Pernambuco. Esta legião de companheiros que hoje comparece, gente
que veio de todas as regiões de Pernambuco. Então a minha primeira palavra tem
que ser de profundo agradecimento porque esta presença é um testemunho
eloquente de quantas razões nós temos de podermos nos reunir nesta noite. E eu
tenho certeza que para que possamos caminhar neste próximo ano, quando
Pernambuco vai poder apontar firmemente em direção ao futuro, sobretudo na
perspectiva da superação dos seus problemas e, sobretudo, dos novos desafios
que temos pela frente. Eu quero, portanto, fazer este registro de profundo
agradecimento”.
A reunificação do PT
Armando
Monteiro – “Saudando estes dois (Teresa Leitão e Pedro Eugênio),
eu queria dar o testemunho do quanto foi importante para Pernambuco este
processo de reunificação do Partido dos Trabalhadores. Eu quero dizer que para
o êxito de qualquer projeto, que esteja alinhado no plano nacional com a
reeleição da presidente Dilma, e que aponte para a perspectiva concreta de
criarmos aqui um projeto em Pernambuco, isto tem uma pré-condição essencial. É
que o PT de Pernambuco esteja unido, que o PT de Pernambuco supere estas suas
diferenças. Porque o PT é importante para esta construção que se fará em
Pernambuco. O PT tem uma trajetória no Brasil e em Pernambuco. O PT tem um
enraizamento num país em que os partidos não são propriamente realidades do
ponto de vista sociológico. O PT nasceu como algo vivo, colado em movimentos
sociais muito importantes e que marcaram este processo de transformação do
Brasil. O PT em Pernambuco tem história, tem quadros. E por isto é muito
importante ver o partido pacificado. E eu tenho certeza que dois artificies
deste processo estão hoje aqui presentes. O deputado Pedro Eugênio, que teceu com
paciência, que ajudou na construção, e essa combativa mulher, firme, altiva,
determinada, que é a deputada Teresa Leitão. Portanto, homenageando estas duas
figuras nós estamos celebrando este processo de pacificação do PT”.
O Brasil avançou
Armando
Monteiro – “Eu não poderia deixar de falar rapidamente da
perspectiva desta construção política que nós temos que fazer. A primeira
observação é que o Brasil vem avançando nos últimos dez anos de maneira
significativa. Não é que tudo tenha começado de dez anos para cá, mas nos
últimos dez anos o Brasil acelerou o passo, em meio a uma conjuntura que foi,
durante um certo tempo, mais favorável e agora menos favorável, mas é sempre
bom lembrar que o Brasil avançou. O Brasil avançou porque pôde ter um padrão de
crescimento maior nos últimos dez anos, o Brasil avançou porque pôde ampliar os
programas sociais, de modo a alcançar setores que estavam marginalizados da
vida do País. O Brasil avançou porque uma parcela muito importante da população
ascendeu à condição de consumidores, o Brasil avançou porque o crédito se
expandiu extraordinariamente, avançou porque o salário mínimo em valores reais
aumentou mais de 50% ao longo dos anos”.
O aumento da renda do
brasileiro
Armando
Monteiro – “E agora quando o Brasil vive uma fase de menor
crescimento, há uma discussão que me parece às vezes muito enviesada e muito
partidarizada, como se tivessem de alguma maneira alguns setores torcendo
contra o Brasil. E eu quero dizer a vocês que é como se existisse às vezes uma
economia dos economistas e uma economia do povo. Falam muito no PIB (Produto
Interno Bruto), uma medida importante que mede o crescimento do produto. Mas
meus amigos, o PIB da maioria dos brasileiros é o seu salário, e este PIB está
subindo porque em valores reais a renda não deixou de se elevar nestes últimos
anos. O Brasil vive uma situação de quase pleno emprego. Então há uma
conjugação importante, emprego e aumento de renda real”.
Dilma e a agenda do
setor produtivo
Armando
Monteiro – “Eu não quero dizer que com isto está tudo resolvido e
está tudo bem. Mas a presidente Dilma fez um esforço para promover um certo
reajuste na matriz macroeconômica do país, sobretudo olhando as necessidades do
setor produtivo. Nós passamos anos e anos convivendo com taxas de juros
extremamente elevadas, que penalizam os que produzem. E nós tivemos um processo
de valorização cambial que foi perverso para a indústria brasileira, que quase
desmonta setores importantes da nossa indústria, ao ponto de muitos apontarem
para um processo precoce de desindustrialização do Brasil. Mas meus amigos, a
presidente tentou enfrentar uma agenda, reduzindo custos sistêmicos, veja o
problema do custo da energia, atuando para desonerar a folha de pagamento, sem
pôr o financiamento da previdência em risco, porque na realidade a contribuição
sai da folha mas vai para o faturamento das empresas”.
O Brasil não está
desconectado do mundo
Armando
Monteiro – “Então a presidente Dilma atuou firmemente, para
oferecer linhas de financiamento que nunca o setor empresarial pôde ter neste
país. Há linhas do sistema BNDES, como por exemplo o Programa de Sustentação de
Investimento, cuja taxa anual é 5%. Num país cuja inflação média é superior a
5%, o que significa dizer que foram oferecidos recursos ao setor produtivo com
taxa de juros negativa para estimular os investimentos. É claro que nós
gostaríamos que tivesse havido uma resposta maior, que o Brasil pudesse ter
experimentado um maior crescimento neste período. Mas é preciso lembrar que o
Brasil não está desconectado do mundo e que o mundo desacelerou o seu processo
de crescimento. Durante anos e anos o comércio internacional cresceu a taxa de
10%. Houve uma desaceleração muito forte”.
Os
investimentos em Pernambuco
Armando
Monteiro – “Vamos pensar no que aconteceu nos últimos dez anos em
Pernambuco. Basta andar por Pernambuco para saber que em todos os projetos
importantes, sejam na área da infraestrutura, sejam os projetos de
investimentos de caráter mais estruturante, até mesmo aqueles que são liderados
pelo setor privado. Houve em todos eles a marca decisiva da presença do Governo
Federal. Em tudo. Quando falamos da infraestrutura, em homenagem aos amigos do
Sertão, vamos falar do esforço que o Governo Federal promoveu nesta seca severa
que se abateu, desestruturando o tecido econômico do interior, dizimando os
rebanhos, reduzindo a renda do pequeno produtor e do pequeno agricultor a quase
nada. Não faltou a presença do Governo Federal. Com ações assistenciais, é
verdade, que eram absolutamente necessárias. Mas se falarmos hoje das grandes
obras de infraestrutura hídrica que estão em curso em Pernambuco, todas elas
estão sendo realizadas com dinheiro do Governo Federal.
É necessário fazer mais?
É. É necessário ampliar esta malha de adutoras, além da adutora do Pajeú, além
da adutora do Oeste, do ramal de Entremontes, do projeto do Canal do Sertão, da
Adutora do Agreste, nós já começamos através dos poços lá do Jatobá a alimentar
a primeira etapa desta obra da adutora do Agreste. Mas temos ainda muito o que
fazer”.
A
engorda da praia da Jaboatão e a navegabilidade do Rio Capibaribe
Armando
Monteiro – “Quando olhamos o sistema viário, a duplicação da BR
108, a 408, a 104, em tudo isto tem recursos federais. Quando falamos de
algumas importantes obras aqui na área metropolitana, e eu hoje pude visitar a
engorda da praia de Jaboatão, que é a mais importante obra de recuperação de
orla marítima que se realiza no Brasil. Seis quilômetros de recuperação da
orla. Todo o dinheiro é dinheiro federal. Uma obra de R$ 41,5 milhões, R$ 40
milhões são do Governo Federal. Quando falamos do corredor fluvial, este
corredor de transporte através do Rio Capibaribe, que é a única obra do PAC que
tem estas características, vamos ter lá oito estações de passageiros, uma
importante obra de dragagem do Rio Capibaribe, 300 mil recifenses, quando o
projeto ficar pronto, irão se deslocar através do rio. É a questão da
mobilidade urbana que está sendo enfrentada através deste projeto. São recursos
federais”.
Refinaria,
Estaleiro, Hemobras e FIAT
Armando
Monteiro – “Quando olhamos a refinaria de Petróleo, e eu
participei desta luta ainda no ano 2000 quando fomos à Venezuela, houve uma
ação decisiva do Presidente Lula. As plantas petroquímicas, as três plantas que
foram iniciadas por grupos privados e que no meio do caminho e no início a
Petroquisa assumiu, foi o Governo Federal. Quando o presidente Lula tomou uma
decisão histórica, para construir navios em outros estados, e não apenas no Rio
de Janeiro. O maior estaleiro que se implantou no Brasil foi o de Pernambuco, o
Estaleiro Atlântico Sul. Quando falamos lá da Hemobras, em Goiana, quando
celebramos a conquista da FIAT, e como foi importante esta conquista. Foi o
regime automotivo do Nordeste, foram os incentivos federais, que em última
instância justificaram a escolha da FIAT por Pernambuco”.
Governo do Estado
valorizou parcerias
Armando
Monteiro – “Mas meus amigos eu não seria injusto, e Pernambuco
não aceitaria que eu fosse, porque eu não terei nunca um discurso de ocasião.
Estas obras e o que aconteceu em Pernambuco, isto tudo contou com a parceria
fundamental, com a presença competente do Governo do Estado de Pernambuco. E o
desempenho do Governo de Pernambuco, liderado pelo governador Eduardo Campos, valorizou
esta parceria com o Governo Federal. A maneira pró-ativa, competente, com que
Pernambuco pôde dar estes passos”.
Pernambuco precisa
sustentar ciclo de crescimento
Armando
Monteiro – “Nós temos agora que olhar para a frente. Pernambuco
tem muitos desafios. Há duas posições que nós devemos afastar. Uma é a dos
pessimistas de plantão, daqueles que descreem, que acham que está tudo errado.
E a outra é a dos otimistas ingênuos, dos que acham que Pernambuco já se
colocou definitivamente na rota do crescimento. Não é verdade isto. Pernambuco,
para sustentar este ciclo de crescimento precisará enfrentar uma nova e
desafiadora agenda. Que nos obriga a manter uma estreita parceria com o Governo
Federal. Porque concluir estas obras, ampliar algumas obras de infraestrutura,
isto é fundamental para Pernambuco”.
Desenvolvimento mais
equilibrado
Armando
Monteiro – “Precisamos manter um bom clima de negócios,
precisamos desenvolver um crescimento mais equilibrado. Não é justo que o pernambucano
do Sertão tenha um terço da renda do pernambucano da área metropolitana.
Precisamos fazer um desenvolvimento mais equilibrado, precisamos ampliar os
investimentos e fortalecer a interiorização do desenvolvimento de Pernambuco.
Precisamos melhorar os nossos indicadores sociais, porque o desafio não é só
crescer mais, mas é fazer um desenvolvimento de melhor qualidade. Isto
significa investir na educação, significa melhorar o desempenho em áreas de
políticas públicas essenciais”.
O apoio ao micro e
pequeno empreendedor
Armando
Monteiro – “Precisamos apoiar de forma mais efetiva o micro e o
pequeno empreendedor que estão muito penalizados nesta quadra em Pernambuco. O
deputado Pedro Eugênio tem atuado conosco sobre uma questão importante, que é
esta da questão tributária que está penalizando o pequeno comerciante, o
pequeno empresário de Pernambuco. E eu quero lembrar que os grandes projetos
são importantes, mas quem faz verdadeiramente o desenvolvimento de Pernambuco
são os micro e pequenos empresários. E eu quero homenagear aqui um companheiro
a quem se deve dar um grande crédito por esta luta da micro e pequena empresa,
é o companheiro José Tarcisio, presidente da Comicro, que tem sido um lutador
nesta agenda”.
Pernambucanos ficaram
mais exigentes
Armando
Monteiro – “O que é importante agora? É nós nos juntarmos, nos
reunirmos, e para isto o nosso partido tem a disposição de promover um diálogo
fraterno. Sem personalismo, sem vaidade, na perspectiva da manutenção deste
projeto que é tão importante para o Brasil e para Pernambuco. O que sabemos hoje
é que estamos juntos. O PT, o PTB, e muitos partidos que estão na aliança da
presidente Dilma e que, eu tenho certeza, estarão solidários com este partido
em Pernambuco. Nós temos muitas razões de confiança e de esperança em
Pernambuco. Vamos olhar para este futuro mas, mais do que isto, vamos nos
juntar para que nós possamos fazer um projeto e discutir este projeto. E esta
perspectiva do ano eleitoral nos dá seguramente a oportunidade de discutirmos
uma agenda para este novo tempo de Pernambuco, de fazermos um debate de alto
nível sobre estas questões. Porque se é verdade que Pernambuco avançou nos
últimos anos, é verdade também que os pernambucanos ficaram mais exigentes em
relação ao seu futuro. Pernambuco não vai
se contentar com menos. Pernambuco quer mais, Pernambuco quer fazer mais nos
próximos anos. E por isto este é o nosso compromisso de apresentarmos um
projeto a Pernambuco”.
O PTB é um partido
aliancista
Armando
Monteiro – “Eu quero dizer que PTB jamais será um partido
autossuficiente, o PTB jamais vai se bastar a si mesmo. O PTB tem a compreensão
exata das suas limitações. O PTB tem espírito de aliança, quer construir
alianças, porque qualquer projeto para ser consequente precisa incorporar todos
os setores da sociedade de Pernambuco. E precisa fazer convergir a vontade
política para que aí possamos sim, de forma legítima, apresentar à sociedade de
Pernambuco este novo caminho”.
Crédito
das fotos: Luiz Silva
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