A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi eleita neste domingo e será a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da República.
Com quase a totalidade das urnas apuradas, Dilma obteve 56% dos votos válidos, contra 44% de José Serra (PSDB).
No total, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a petista conquistou mais de 55 milhões de votos e o tucano pouco mais de 43 milhões. A eleição também teve um alto índice de abstenção. Mais de 21% dos eleitores deixaram de votar neste domingo.
Esse é o primeiro cargo eletivo conquistado por Dilma Rousseff, de 62 anos. Sua atuação política teve início com a luta armada contra o regime militar, atividade pela qual acabou sendo presa e torturada, no início da década de 1970.
Formada em Economia, a nova presidente do Brasil assumirá um país de economia estável e em fase de forte expansão, mas ainda com velhos problemas, como a desigualdade social, a corrupção e um sistema educacional de qualidade inferior à média de outros países emergentes.
Campanha
Dilma terá de acomodar interesses de ampla base de sustentação
Filha de pai búlgaro e mãe brasileira, Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte em um ambiente de classe média alta. Sua educação básica ficou a cargo das freiras do Colégio Sion, tradicional centro de ensino da capital mineira.
Aos 17 anos ingressou no Colégio Estadual Central, considerado um dos principais redutos da militância de esquerda na época. O ano era de 1964 e logo o Brasil estaria vivendo um golpe militar.
Atraída pelo tema e pelo clima da militância, Dilma passou a integrar o Comando de Libertação Nacional (Colina), grupo que defendia a luta armada para combater o regime militar.
Em 1970, Dilma Rousseff, então com 23 anos, foi presa por subversão e torturada. Três anos depois conseguiu sua liberdade na Justiça e decidiu recomeçar a vida em Porto Alegre.
No início da década de 1980, Dilma se filiou ao PDT, de Leonel Brizola. A partir daí assumiu cargos como o de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre e de secretária de Energia e Minas também do governo estadual.
Convidada a integrar o governo de Olívio Dutra, em Porto Alegre, Dilma troca de partido e filia-se ao PT, em 2001. Com a vitória de Lula, em 2002, passa a integrar a equipe de transição.
Para surpresa de alguns, Lula decide nomeá-la ministra de Minas e Energia, em 2003 - cargo que Dilma ocupou até assumir a Casa Civil, em 2005, substituindo José Dirceu, envolvido no caso do mensalão.
Em abril de 2009, Dilma foi diagnosticada com um câncer linfático. Ela assumiu publicamente a doença e os efeitos de seu tratamento.
Em setembro deste mesmo ano, médicos divulgaram diagnóstico que apontava que Dilma estaria livre do linfoma.